Indígenas do Acre visitam exposição Amazônia, do fotógrafo Sebastião Salgado: ‘valoriza e mostra a nossa diversidade’
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Fotos de comunidades indígenas estão expostas no Sesc em São Paulo. A exposição conta com mais de 200 fotos impressas e outras 200 projetadas em salas escuras sobre a floresta e seus povos indígenas.
Indígenas do AC visitam exposição de Sebastião Salgado em SP
A exposição “Amazônia”, de Sebastião Salgado, um dos fotógrafos mais respeitados do mundo, ocorre no Sesc Pompeia, em São Paulo, e, um dia antes da data em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas, lideranças indígenas estiveram na capital paulista para prestigiar o evento.
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A exposição conta com mais de 200 fotos impressas e outras 200 projetadas em salas escuras sobre a floresta e seus povos indígenas. Entre elas, estão retratadas diversas comunidades indígenas do estado Acriano.
O presidente da Associação Ashaninka do Rio Amônia (Apiwtxa), Wewito Piyãko, disse que a exposição é importante para mostrar a diversidade e riqueza amazônica em momento crítico em que faltam políticas públicas para a comunidade indígena.
“Sebastião é um dos fotógrafos mais famosos do Brasil e do mundo e nos deu essa oportunidade de nos fotografar e mostrar nossa arte como povo indígena e as diferenças que existem. As pessoas, quando se fala de povos indígenas, pensam que todos somos iguais, mas somos diferentes, temos culturas diferentes, cada um tem sua língua e sua própria organização. Então, é importante porque valoriza os povos indígenas, que são os pioneiros na proteção ambiental, da nossa biodiversidade, ainda mais neste momento de agressividade que está vindo por parte de um termo de desenvolvimento”, disse o líder.
Piyãko destaca ainda que esta é uma data para refletir e repensar a preservação ambiental. Segundo ele, é necessário que cada um leve para si a responsabilidade de proteger a floresta.
“Hoje vivemos um momento de muitas lições, tanto os indígenas como os não indígenas. Temos que estar no mesmo caminho, juntos, para a gente superar muitas coisas que aconteceram e que para nós é difícil lembrar, mas a gente precisa superar isso e tocar o que nos resta daqui pra frente”, destacou.
O líder indígena acredita que a exposição destaca as diferenças, riquezas e cultura do Brasil. “Tem que dar valor. Existem possibilidades, maneiras, de retomar isso, e de criar projetos de proteção , de reflorestamento, renovação, restauração de áreas que tem que ser protegidas. Tem que retomar isso de novo, repensar as políticas públicas. Repensar e tomar esse caminho como uma bandeira importante para todos nós.”
Na abertura da exposição, Sebastião Salgado se pronunciou dizendo que este é um momento em que todos precisam se unir para manter a floresta em pé e, por isso, ele decidiu retratar a Amazônia que percorreu durante esse tempo.
“Essa exposição representa uma linha de frente na qual nós temos que participar, temos que estar juntos, estamos em um momento de ameaça total sobre o ecossistema amazônico, sobre as tribos indígenas da Amazônia”, avaliou.
E lamentou o aumento da pobreza no país. “Que tristeza, que falência do nosso país, uma falência total com a quantidade de brasileiros, dezenas de milhares de pessoas jogadas na rua, abandonadas na rua, sem um lar, sem oportunidade de integração na sociedade em que fazem parte. As pessoas que estão hoje jogadas nas ruas são as pessoas que eram do campo, que foram expulsas de suas casas por esse modelo que a gente chama de economia liberal. O Brasil hoje é um grande exportador de matéria-prima agrícola, mas olha o Brasil é uma grande expressão da concentração de renda, da falência de um povo, somos um país que faliu, que traiu uma grande parte da sua população”, finaliza.